Nas
repúblicas, os estudantes, sobretudo universitários, são pais e simultaneamente
filhos. Ora, mas porquê?
A
resposta é uma e muito simples: lá todos são responsáveis pela própria vida e
ao mesmo tempo uns olham pelos outros e o cuidado é recíproco.
Cada
estudante e morador da república contribui para o sustento e bem-estar do lar.
As tarefas estão bem distribuídas, pelas quantidades e pelos devidos executantes.
Igualdade, respeito, ordem e responsabilidades são as palavras de honra.
Todos
os dias, uma pessoa é responsável pela limpeza da casa e pela cozinha. Tudo é distribuído
de forma equitativa e todos colaboram na manutenção da residência.
Nas
repúblicas, a alimentação pode ser feita de forma conjunta ou também em
separado. Estranho é repararmos, dentro de uma cozinha, várias botijas de gás.
Nestes casos, cada boca come na sua própria panela.
E as
relações interpessoais? Ninguém mas pergunta?
Geralmente,
a relação entre os “republicanos” é de amizade, cumplicidade, irmandade e muito
companheirismo. Um lar onde os laços sanguíneos é o que menos importa, pois, o
que os une é justificado para além de um determinado tipo de sangue que corre
nas veias de cada um.
Frase
do tipo, é bastante comum entre os estudantes que moram em repúblicas: “empresta-me um pouco do teu champô, ou, dá-me um bocadinho do teu creme”.
Tendo
em conta que os estudantes que habitam nas repúblicas, maioritariamente, vêm do
interior ou das outras ilhas, faz-se necessário terem um lar agradável,
tranquilo e sossegado, que lhes possibilite sentir, ainda que com lacunas, que
estão em família e que ali também é a casa deles. Que os permite ter um
aconchego que lhes faz lembrar de casa e tentar amenizar a enorme saudade que
sentem do local que os viu nascer.
Afinal,
saudade dói, mas não mata. O segredo é pensar sempre positivo, olhar para a
situação com otimismo e enfrentar os desafios de frente.
Reconhecer
a república como uma segunda casa e não como uma situação de pobreza é o
primeiro passo para lidar-se bem com os outros e conseguir ter boas relações
interpessoais e sucesso nos estudos.
Viva
às repúblicas!
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