O
número de jovens licenciados no desemprego tem vindo a aumentar todos os anos,
em Cabo Verde.
São
dezenas e mais dezenas de jovens que terminam a sua licenciatura e vão pendurar
o diploma na parede da sala, para o orgulho exibido da mãe e do pai.
As
universidades todos os anos lançam um vasto número de novos quadros no mercado
de trabalho, que cada vez mais tem se tornado mais restringido e mais exigente.
A
pergunta que não quer se calar: o por quê de tantos quadros qualificados sem
emprego, em Cabo Verde? Onde é que estão as falhas? Quem são os presumíveis
culpados deste flagelo?
Uns
apontam a crise económica e financeira que o país tem passado e outros afirmam
que tudo isto é devido ao sistema burocrático e laboral que permite que as
pessoas possuem mais do que um emprego, enquanto há outras, sobretudo jovens
licenciados, sentados em casa ou a assistir aos pedreiros, nas obras.
Todavia,
pergunto: é isto que merecemos após passar por um logo e doloroso período de
muito estudo e imenso cansaço? Não acredito que foi para este fim que nenhum
jovem licenciado se formou. Não que não seja um trabalho digno, pois todo
trabalho é trabalho. No entanto, foram centenas de horas dedicadas aos estudos,
à investigação e a construção de conhecimento.
Infelizmente
é este o cenário, triste e medonho, que muitos jovens estão a viver, após a
conclusão da licenciatura. Connosco sai uma montanha de expectativas e de
sonhos, que a realidade, nua e crua, faz questão de matar. E quando assim é as
consequências são nefastas tanto ao país, no geral, como na vida destes jovens,
em particular. A frustração, a angústia, a depressão e a auto cobrança são
alguns dos efeitos que constam da enorme lista.
Atualmente,
o recomendável é apostar-se no mestrado ou doutoramento, pois, de licenciados,
o mercado já está sob pressão. Uma das soluções que muito tem-se falado para
debelar este martírio é o incentivo ao empreendedorismo, ou, em casos extremos,
a emigração (fuga de cérebros).
Em
suma, é esta a realidade na qual Cabo Verde está mergulhada. O governo prometeu
resolver este problema criando quarenta e cinco mil postos de trabalho, contudo, em
um ano de mandato não se viu muito avanço.
Aos
mais acomodados, só resta aguardar por mais quatro anos. Oxalá não demore
muito!
Não se
esqueça, você, jovem universitário, “quem cansa, sempre alcança” !
Por: Vadimila Borges
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