quarta-feira, 7 de junho de 2017

Universidade de Cabo Verde: de mal a pior

Licencianda em Jornalismo
É do conhecimento de todos, senão da maioria, que o serviço prestado pela Universidade de Cabo Verde não é dos melhores, como é o caso de todas as instituições públicas deste país.

Há já algum tempo que a falta de salas de aula se tornou num problema que cada dia mais vem se agravando. 

Situações desta natureza é constante por aqui: professor à frente acompanhado do seu exército académico à procura de uma sala disponível para lecionar. Pelos corredores deambulam até encontrar uma que não esteja ocupada.

O cenário está a tornar-se cada vez mais crítico que já chegamos ao ponto de alunos e professor serem expulsos de uma sala porque “o dono” chegou e estava no direito de ocupar o espaço que naquele momento era seu. E os problemas não param por aqui. Este é um entre muitos.

Os equipamentos disponíveis são insuficientes e não chegam sequer para cobrir metade das necessidades que os alunos apresentam. Computadores, laboratórios para os cursos que deles necessitam e no caso dos cursos jornalismo e multimédia, as câmaras de filmagem e todo o resto do aparato. O cenário é de rir ou de chorar; das duas uma!

O que dizer de uma universidade que inaugura um “laboratório” às pressas, bem equipado, com tudo e mais alguma coisa e em menos de um ano tudo o que nos sobra são somente uma sala que simula um laboratório, computadores sem utilidade e menos do que meia dúzia de câmaras de filmar?

Pergunto: o que foi feito daquele material todo que estava no laboratório antes de ser desmontado uma semana depois da sua inauguração?

Ainda com as “ruínas” que sobraram deste laboratório, somente agora é que a sala passou a ser vigiada e protegida de tal forma que somos barrados a ter acesso. Onde está a chave? Com quem está a chave?

É esta lenga-lenga que ouvimos sempre quando, esperançosamente, vamos à procura de alguém que nos faculte o passaporte de entrada para o “laboratório fantasma”, a maldita chave.Chegamos a não ter aulas consecutivas porque “não há chave”. E se não há chave, não há aula. 

Quem não possui materiais próprios, faz campana à frente da porta, numa disputa travada para chegar primeiro ao computador. Fica aquele que ocupou em primeiro lugar.

Imagine você, numa turma com cerca de trinta alunos e é disponibilizada somente uma única câmara de filmagem que deve ser desdobrada em n vezes, para que cada um consiga captar aquilo que quer e montar a sua peça. Sei que os universitários são criativos, entretanto, magia ainda não conseguimos fazer!

Não é por luxo ou birra- até porque já passamos desta fase e queremos ser tratados como adultos- que reivindicamos melhores condições para estudar, de forma condigna de preferência.

Desejamos e merecemos ter uma universidade de qualidade, que respeite os seus alunos e que, acima de tudo, entenda que não queremos ser “profissionais amadores”, isto é, profissionais que para além de saber-saber, têm que saber fazer. 

Enfim, continuemos a rezar! “UniCv, Deus ta dá nhôs nhôs midjóra”.

Por: Vadimila Borges

6 comentários:

  1. Bravo. Excelente, até que enfim apareceu alguém com vontade de fazer "mudar" a UNICV.
    Desejo-te muita sorte na tua caminhada, que é longa e muito profissionalismo.
    Fica a dica para os outros alunos, SOMOS JORNALISTAS DEVEMOS MOSTRAR A REALIDADE, MESMO SENDO ELA RUIM,!!!!!!!!

    http://sidcardoso.blogspot.com/2016/11/unicv-alunos-de-jornalismo-indignados.html

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  2. Excelente artigo kerida! Realmente ainda há muita coisa que précisa mudar na unicv! Mas eu creio que se todos fossem capazes de o fazer ou tentar fazer como tu as coisas mudarão!

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    1. Exatamente, Yadira
      Há muito que fazer ainda!
      Obrigada pela força.

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  3. Bravo Vadimila!
    É tempo de refletirmos sobre a nossa universidade. É tempo de erguermos a cabeça e ver o que temos e o que queremos. Tudo não pode ser justificado com a falta de recursos. Há que sacar responsabilidades as pessoas. Pois a sociedade cabo-verdiana e a comunidade académica bem merecem. Esta sua louvável iniciativa vai certamente no bom sentido.
    Juntemos as forças para uma UNICV MELHOR. Parabéns.

    Artur T. Furtado,
    PhD e docente UniCV

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