segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Capacidade de comunicar- um fracasso no ensino superior

Licencianda em jornalismo
É bastante comum perceber que uma boa parte de estudantes universitários cabo-verdianos tem problemas em comunicar-se com proficiência em língua portuguesa.
Entretanto, mais comum ainda tem sido o desleixo dos professores em relação a este pequeno-grande detalhe.

A verdade é que, não sendo professor de língua portuguesa, os professores, não todos, parecem pouco importar-se com a maneira como a mensagem é passada. Torto ou linear, contanto que o conteúdo esteja correto, a forma como se comunica é o que menos importa.

Todavia, se à frente dos erros se tapam os olhos e os ouvidos, como é que se pode exigir rigor e melhor qualificação dos estudantes universitários, quando na verdade tudo é conduzido com descaso e “na mão mole”?

Para que as coisas se efetivem mesmo, na prática, há que se ter presente que, em qualquer situação, a comunicação é uma chave fundamental, e para isso, é necessário ter desenvoltura suficiente que não deve ser exigido somente aos estudantes cujos cursos apelam à muita comunicação.

O que se pode notar é que alunos dos cursos, ditos “mais práticos” a questão da comunicação acaba por ser um mero pormenor. Educandos com fraca capacidade de se comunicar, quanto mais não seja em português.


Uma realidade que a priori parece não ser muito preocupante, quando, mais tarde, esses quadros formados forem professores e aí a arte de comunicar é exigida e muito. Como é que um professor que não sabe falar vai transmitir conhecimentos a outros? Pior ainda, quando estes professores forem lecionar as crianças? Estas vão aprender corretamente? Como, com "erratas humanas" para professores?Não me parece uma boa solução.

O assustador é pensar que, futuramente, estaremos perante um cenário de círculo vicioso no que tange ao mão ensino da língua portuguesa. Vejamos:
Aprende-se errado- continua errado- vai ensinar errado- aprende-se errado…

Portanto, só para mostrar que quando o assunto for a educação, tem que haver uma mão rija por parte dos professores e a auto consciencialização por parte dos alunos que têm que buscar entender que bons profissionais não têm que saber somente a parte técnica, como também, saber comunicar e comunicar bem.

Numa altura em que se quer melhor qualificação dos jovens para o mercado de trabalho, uma competência que tem que ser exigida é a capacidade de comunicação, em todas as áreas.

Não é que se queira desmerecer a nossa língua materna, contudo, ainda até este momento, é a língua portuguesa a língua oficial do nosso país. Assim sendo, nada mais natural que seja exigida dos estudantes uma boa capacidade de comunicação neste idioma.

Este é um problema cujas raízes vêm de base, e, portanto, o prevenir aliado ao remediar também tem que começar de lá. Não vai ser tarefa fácil e os resultados não serão imediatos, reconheço. Porém, como diz o ditado popular: quando o caminho é longe, começamos a caminhada de vésperas. 

                                                                                                                      Vadimila Borges

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