Licencianda em jornalismo |
É
bastante comum perceber que uma boa parte de estudantes universitários
cabo-verdianos tem problemas em comunicar-se com proficiência em língua
portuguesa.
Entretanto, mais comum ainda tem sido o desleixo dos professores em
relação a este pequeno-grande detalhe.
A
verdade é que, não sendo professor de língua portuguesa, os professores, não
todos, parecem pouco importar-se com a maneira como a mensagem é passada. Torto
ou linear, contanto que o conteúdo esteja correto, a forma como se comunica
é o que menos importa.
Todavia,
se à frente dos erros se tapam os olhos e os ouvidos, como é que se pode exigir
rigor e melhor qualificação dos estudantes universitários, quando na verdade
tudo é conduzido com descaso e “na mão mole”?
Para
que as coisas se efetivem mesmo, na prática, há que se ter presente que, em
qualquer situação, a comunicação é uma chave fundamental, e para isso, é
necessário ter desenvoltura suficiente que não deve ser exigido somente aos
estudantes cujos cursos apelam à muita comunicação.
O
que se pode notar é que alunos dos cursos, ditos “mais práticos” a questão da
comunicação acaba por ser um mero pormenor. Educandos com fraca capacidade de
se comunicar, quanto mais não seja em português.
Uma
realidade que a priori parece não ser muito preocupante, quando, mais tarde,
esses quadros formados forem professores e aí a arte de comunicar é exigida e
muito. Como é que um professor que não sabe falar vai transmitir conhecimentos
a outros? Pior ainda, quando estes professores forem lecionar as crianças?
Estas vão aprender corretamente? Como, com "erratas humanas" para professores? Não me parece uma boa solução.
O assustador é pensar que, futuramente, estaremos
perante um cenário de círculo vicioso no que tange ao mão ensino da língua
portuguesa. Vejamos:
Aprende-se
errado- continua errado- vai ensinar errado- aprende-se errado…
Portanto,
só para mostrar que quando o assunto for a educação, tem que haver uma mão rija
por parte dos professores e a auto consciencialização por parte dos alunos que têm
que buscar entender que bons profissionais não têm que saber somente a parte
técnica, como também, saber comunicar e comunicar bem.
Numa
altura em que se quer melhor qualificação dos jovens para o mercado de
trabalho, uma competência que tem que ser exigida é a capacidade de
comunicação, em todas as áreas.
Não
é que se queira desmerecer a nossa língua materna, contudo, ainda até este
momento, é a língua portuguesa a língua oficial do nosso país. Assim sendo,
nada mais natural que seja exigida dos estudantes uma boa capacidade de
comunicação neste idioma.
Este é um problema cujas raízes vêm de base, e, portanto, o prevenir aliado ao remediar também tem que começar de lá. Não vai ser tarefa fácil e os resultados não serão imediatos, reconheço. Porém, como diz o ditado popular: quando o caminho é longe, começamos a caminhada de vésperas.
Vadimila Borges
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