Licencianda em jornalismo |
Apenas
um “detalhe” que nos mata: as pessoas não colaboram na nossa progressão, não
nos ajudam a produzir conhecimento, e outras, simplesmente por maldade, colocam
obstáculos no nosso caminho.
A
primeira opção seria desistir, não fosse o peso de um zero ou voltar a fazer a
cadeira no próximo ano. Como o tempo é um luxo do qual não dispomos, fazemos as
noites virarem dias, pulamos refeições, mendigamos por entrevistas…, mas
conseguimos fazer o nosso trabalho. Conseguimos entregar e a nota faz jus ao
esforço de cada um.
Não
sei se é simplesmente uma perceção subjetiva, mas, a ideia que se tem é que as
pessoas não nos facultam informações, maioritariamente coisas simples, porque
não podem ou porque não gostam mesmo de ajudar?
A sensação
que se tem é que existe uma certa discriminação para com os estudantes. Quando
solicitamos algum tipo de entrevista ou informação e nos identificarmos como
tal, logo se começa por arranjar desculpas feitas e mal-feitas, enrolam-nos, os
emails que enviamos, coitados, vão todos parar ao lixo. Um ou outro, mais
educado, responde ainda que seja para dizer “Não posso”.
Como é
que querem que sejamos competentes, preparados, bons profissionais e capazes,
se quando precisamos da vossa mão, fazem questão de esconde-la atrás das costas? O jornalista trabalha sem fontes? Não!
Quando não se colabora, o resultado é este: o estado
caótico em que o jornalismo cabo-verdiano vem caminhando, a passos lentos, que
a qualquer dia, se cair, não consegue mais se levantar .
Reclama-se muito que em Cabo Verde não há investigação e
que os jornalistas não são pró-ativos. Pergunto: o que é que as pessoas,
enquanto fontes, têm feito para ajudar a melhorar este cenário, de preto e
branco?
O nosso trabalho, agora e futuramente, vai depender da
disponibilidade e da vontade de terceiros, infelizmente.
Dados não podemos inventar, informações tampouco falsificar
e muito menos tornar coisas fictícias reais. Foi-nos ensinado que jornalista
trabalha com fatos reais e que tem protagonistas. A verdade é nosso pilar.
Mesmo, entre espinhos e caras feias, fazemos o nosso
trabalho, para ganhar experiência ou para transitar numa disciplina. O caminho
é para frente e é lá que estaremos com os olhos postos, sempre!
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